Quando o assunto é skate no Brasil, provavelmente você saiba muito pouco em relação à história dessa cultura lá nos Estados Unidos, por exemplo.

Apesar de o esporte ter nascido lá no tio Sam, a sua história tem influência no mundo todo em diferentes pontos, como a vestimenta, estilo de vida e até mesmo nas músicas.

O skate, assim como outros esportes radicais, é marcado pela sua tendência de desafiar paradigmas e quebrar tabus, como a suposta máxima de que apenas meninos poderiam ter um skate ou que quem faz isso é marginal, dentre outros preconceitos.

Muito mais que um shape com rodinhas e rolamentos, o skate é um fenômeno mundial marcado pela sua rápida aceitação e pulverização ao redor do globo, de forma que poucos anos após a criação das primeiras pranchas, lá na Califórnia, já tinha adeptos aqui no Brasil.

De fato, desde a década de 70 até agora, muitas evoluções marcaram o esporte, começando pelos shapes em si, itens de proteção e até mesmo o que foi agregado a esse movimento, como o streetwear, músicas, grafite e até mesmo a forma de enxergar os skatistas.

E aí, pronto para conhecer a história do skate brazuca? Continue por aqui e saiba como tudo começou aqui na terra do futebol, que acabou virando do skate também, né?

 

A história do skate

Para você saber como o esporte chegou até aqui, precisa saber da história toda. Veja como o skate nasceu e de que forma ele foi virando esse sucesso que é hoje, sem internet nem metade dos recursos que temos hoje em dia.

 

Skate no mundo

A história do skate começa lá em meados de 1960, nos Estados Unidos, precisamente na Califórnia, quando surfistas perceberam que a temporada de ondas gigantes e desafiadoras estava acabando.

Sem a adrenalina das pranchas na água, os surfistas então pensaram: “E se a gente criar um surf para o concreto?” E assim foi criado o primeiro skate do mundo, com pedaços de prancha e pasme, rodinhas de patins com parafusos genéricos.

Como os praticantes já tinham equilíbrio e coragem, em poucos dias já tinha um monte de exemplares dos primeiros skates do mundo, o que divertia bastante os surfistas da região. Não demorou para surgirem curiosos, que prontamente aprendiam a usar as pranchas.

Bom, o resto você já deve imaginar. Americanos, principalmente os que tinham espírito desbravador, começaram a melhorar os skates e viajar por aí com eles debaixo do braço.

O resto do mundo se interessou igualmente e aí a prática se espalhou. Em paralelo a isso, empreendedores de diferentes áreas, principalmente a têxtil, encontraram uma oportunidade de desenvolver produtos relacionados ao setor e marcas hypadas até hoje nasceram.

Alô Vans, Santa Cruz, Roxy e Hurley! Isso mesmo, essas gigantes do streetwear são só algumas que vieram a partir do skate, surf e a vontade de ter mais liberdade e conforto.

Com isso, não demorou para estilos musicais, aspectos culturais e de expressão entrarem nesse mundo, que hoje em dia é um universo gigante.

Se você quiser saber mais, temos um artigo completo onde falamos tudo sobre Onde Surgiu o Skate.

 

Skate no Brasil

E no Brasil? Na terra tupiniquim estima-se que o esporte tenha chegado na década de 70, com gringos vindo em viagens com skates debaixo do braço, ou seja, pouquíssimos meses depois da primeira prancha da história ter sido criada.

Para você ter noção, o sucesso foi tão grande que em 1974, no Rio de Janeiro, foi inaugurada a primeira pista de skate da América Latina. E para surpreender ainda mais, nessa mesma época o primeiro campeonato do esporte foi criado, atraindo praticantes de todas as idades.

Em 1986, já tinha uma comissão brasileira lá no Campeonato Mundial no Canadá para representar lindamente a nossa terra.

Em 1997, Bob Burnquist já era considerado o melhor do mundo daquele ano e adivinha? 100% brasileiro, carioca da gema!

Nessa mesma época a Vans, assim como outras empresas gigantes do segmento, começaram a desembarcar no país, e bandas, como Charlie Brown Junior e Planet Hemp, estavam nos ouvidos de quase todo mundo.

Bem, de lá para cá só cresceu. Hoje em dia temos recordes mundiais, muitos outros skatistas de peso, marcas brazucas de streetwear, como a High, Sufgang e Baw Clothing e um hype com a nossa cara.

 

Skate é um estilo de vida!

Como você deve ter percebido nesse resumão da história desse esporte e movimento cultural, o skate é muito mais que um shape e manobras de tirar o fôlego, o que o torna ainda mais completo e curioso. 

O skate sempre caminhou e continuará caminhando ao lado de acontecimentos mundiais, como a ascensão do hip-hop, grafite e o movimento punk, já que o streetwear representa isso e muito mais.

Além disso, skatistas que até então eram vistos por algumas pessoas como marginais, mostraram na prática que o skate não tem nada a ver com isso, inclusive é uma forma de manter pessoas de todas as idades praticando um esporte cheio de surpresas!

O skate, principalmente no Brasil, é também um sinal de resistência e tem um grande acréscimo na cultura local, bem como no empreendedorismo e na visão de inovação.

 

Conheça os principais nomes do skate no Brasil

Conheça a seguir grandes nomes brasileiros que não fizeram fama só aqui, mas que acumulam fãs ao redor do mundo todo. 

Spoiler: grande parte deles começaram andando nas ruas e apaixonaram-se de uma forma que quiseram tornar o skate a profissão da vida.

 

 

Sérgio Negão

Sérgio Negão é um dos maiores skatistas do Brasil e, além de acumular prêmios e recordes, ele também já inaugurou pistas, leciona para diversas turmas, da palestra e participa de eventos do setor.

De São Paulo, precisamente São Caetano do Sul, é fera em diversas modalidades, tendo como a preferida o vertical. 

Em 2007 recebeu uma homenagem e tanto do X Games Brasil, o que o consagrou ainda mais, sendo considerado uma lenda viva do esporte.

 

Monica Torres

Repleta de patrocinadores, como Volcom, Bones Swiss, Og Wheels, Thunder, Nike SB, Spot, Bones Love Milk, Pepper Grip e mais, a skatista profissional já praticou em diversos cantos do mundo, atraindo olhares e aplausos.

Focada no street, desde que começou a praticar se destacou tanto nas rampas das ruas até em grandes competições por aí.

 

Sandro Dias

Natural de Santo André, São Paulo, Sandro Dias anda de skate desde 1985, quando tinha apenas 10 anos de idade.

A relação com o esporte sempre foi muito próxima e hoje em dia é um dos skatistas da ativa mais velhos, já que com 47 anos ainda anda por aí, participa de eventos, campeonatos e mais.

Em 2010, o esportista pegou o segundo lugar no X Games Ásia e Dew Tour, em Boston.

 

Kelvin Hoefler

Cheio de bagagem, o skatista já foi bicampeão do X Games e garantiu uma medalha de prata para o Brasil na última Olimpíada que aconteceu em Tóquio, em 2020.

O paulista marca presença em competições ao redor do globo e é um dos grandes nomes da do skate no Brasil atualmente.

 

Bob Burnquist

O gigante das rampas além de ser um ícone do skate no brasil, é um dos maiores nomes do mundo e atrai fãs de todos os cantos. Não é para menos: seus feitos, manobras e prêmios tornam o skatista um verdadeiro gênio do esporte.

Com 56 anos, o carioca ainda pratica ativamente o esporte e participa de competições, que se tornaram um hobby, porque ele está cansado de ganhar medalhas.

Um verdadeiro ícone do esporte, ele tem projetos relacionados ao skate e serve como exemplo não só para os cariocas, mas também para quem quer ter o skate como profissão, mesmo começando do zero.

 

Rayssa Leal

Não basta acumular medalhas. Rayssa também conquistou recordes e foi parar até no Guinness Book, como uma das medalhistas olímpicas mais jovens de todos os tempos.

Com apenas 13 anos, representou o Brasil da melhor forma possível nas Olimpíadas de Tóquio, levando não só medalhas para casa, mas uma legião de fãs.

 

Agora que você sabe da história do skate no Brasil, nada melhor do que continuar por dentro desse universo, né? Aproveite para ler mais textos do nosso blog e nos seguir no Insta, para não perder nenhuma atualização.